Embora o Brasil tenha a maior reserva de água doce do mundo, está à beira de um colapso sem precedentes. E não foi por falta de aviso: em 2002, o Tribunal de Contas da União promoveu uma auditoria em 19 regiões metropolitanas, que abrigam um terço da população, e denunciou o risco de colapso em todas elas, num estudo conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Agência Nacional de Águas e o Ministério do Meio Ambiente.
Na ocasião, os técnicos constataram que a crise de água não era consequência apenas de fatores climáticos e geográficos, mas principalmente do uso irracional dos recursos hídricos. E apontaram as causas: omissão das autoridades para tratar a água como um bem estratégico no país, falta de integração entre a política nacional de recursos hídricos e as demais políticas públicas, carências na área de saneamento básico e consumo inadequado de água, visto que muitos brasileiros a consideram um recurso infinito.
Não é, agora se vê com absoluta clareza.
Sem desconsiderar o descaso dos administradores, a falta de visão e de investimentos na criação de recursos e na geração de energia, é preciso reconhecer que o desabastecimento também se deve ao desperdício, ao consumo descontrolado, à poluição ambiental e à urbanização irracional, comportamentos que dependem mais dos cidadãos do que propriamente das autoridades, embora estas não possam se isentar da responsabilidade pela inexistência de programas educacionais.
Pois agora é urgente uma revisão nacional das estratégias de manejo da água, que introduza no cotidiano dos brasileiros a economia, o reúso, os cuidados ambientais e investimentos em novas fontes energéticas.
Fonte: http://www.interpretacaodetexto.com.br/redacaodis-
sertativa_1/redacaodissertativa_9.php
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